20 junho 2008

Autoquatro

Aqui
Do lado de dentro.
Do lado afinal
Que
Importa.

Dramas
Entre-dentes.
Entre-portas.
Entre olhares
E não veres
Se não o que
Queres
E esperares
Para teres
Apenas o que
Tiveres.

Na nossa condição
Amantes
Dos dias
Sofridos
Sentidos
Partilhados
Incacabados
Sempre.
«Como a estrada começa»
Resta
Amar
O frio no estômago e
Pintar
A vida das cores do coração.
Mesmo que outras nos tivessem sido dadas.




2 comentários:

  1. De vez em qdo passo por aqui... e notei agora que a tua poesia amadureceu. não consigo explicar bem como nem porquê. A tua mensagem passa de um modo complexo mas simultaneamente mais simples.
    O que mais me surpreende nos poetas (nomeadamente em Pessoa) é essa capacidade de, com palavras/frases bastante simples, camuflar toda uma complexidade de ideias e emoções que não se conseguem explicar. Como quando se está perante um bom quadro, e ele transmite algo que não conseguimos pôr por palavras.
    Não sei se me fiz entender!
    **

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  2. "Pintar
    A vida das cores do coração.
    Mesmo que outras nos tivessem sido dadas."

    Todo o poema está espectacular, mas o final marcou-me mesmo.

    Bjs da tua querida filhinha :)

    (aproveito para dizer que o meu blog está a sofrer uma alteração drástica :P)

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