05 março 2010

Parte 1 (lado A)


De novo o espelho e o milagre da multiplicação.
Porque tudo o que consigo agora são estilhaços e quero acreditar que isso é bom.
Juntar os bocados, as coisas novas que reflectem, as que há que manter. Deixar, no chão onde caíram, todas as outras, porque ninguém as vai varrer por nós e para por agora ainda termos, à distância, esse passado que viremos inevitável e naturalmente a esquecer. Hoje é que ainda não. A obra está feita mas é preciso assiná-la. Falta-me isso. Assiná-la, assumi-la como minha, esse pseudo-vitral colorido que vibrará sobre um chão já limpo, à luz de todos os dias.
Neste momento acho mesmo que é só isso que me falta.
A ver iremos.


2 comentários:

  1. eu espero que ninguém varra os meus cacos. afinal, foi por eles que os meus pés ganharam calo e eu posso, agora, cada vez mais, suportar os cacos do mundo.
    é por os cacos estarem debaixo dos meus pés que eu sou mais alta.

    deixa-te ser alto :)
    não te habitues a um chão demasiado limpo!

    ResponderEliminar
  2. Hmm... Eu diria que o chão nunca está realmente limpo. Quero é que os cacos não sejam sempre os mesmos. [diferentes cacos = diferentes calos = ser mais alto]

    ***

    ResponderEliminar