10 março 2007

Cerca-te. Revolve-se. Aproxima-se. Questiona-te. Inveja-te. Compreende-te. Foge-te.

Liberta-te.

Crava na tua alma a sombra esbelta do bloco de mármore por esculpir.
À tua frente. Dentro de ti.
Uma massa de vida (quase) morta, esperando o indelével toque

Interior

Que te faça perceber, ansiar, demonstrar, viver a tua morte
Sobrevoar os antigos escritos, as antigas revelações e as antigas surpresas
Já não tão surpreendentes assim.

Agora é o teu tempo, é a tua vez.
Agora, queres ser tu a surpreender, a criar.
Ousas recriar o mundo e chocas.
Entre tu própria e o mundo
Chocas.
Tudo e todos.
Chocas-te.
Felicitas-te. Congratulas-te.
Divertes-te e repetes a dose.
Até ficares aborrecida. Triste.

Deprimida.

Aí, fechas-te novamente. Voltas ao mármore. Às suas nervuras e imperfeições.
Voltas a ti.

Após o voo indefinido e envolvente pelo nosso curto e inexistente momento, pela nossa canção.
Mesmo antes de aterrares.
E adorarias ver aquele dia.
Eu, adoraria (vi)ver aquele momento.
(Contigo)


Ao ponto final.


3 comentários:

  1. Amei este texto!! Lindo!


    [obrigada pelo comentário no meu...xD beijo*]

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  2. "Friday night, in a Kingdom of Doom, ravens fly across the moon"

    baccio*

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  3. nós sabemos, não é ?




    "no need for words now".

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