05 junho 2009



Olho-te. Apenas.

De longe, ao afastares-te,
Apenas por imaginar-me no outro extremo da rua
Olhando-te, ao chegares.
Estivesses tu a meu lado
Olhar-te-ia também
Apenas.
Discretamente
Descomprometidamente
Porque assim cumprindo o meu único e indiscreto compromisso.
Olhar-te. Apenas e só.
Olhar.
Perder-me em hipóteses e suposições e esperanças e medos e
Realidades desagradáveis.
Desejos
Irrealizáveis.
E "é uma pena"
De facto
Olhar-te
Apenas.
Por isso me perco
Novamente
Nas mesmas hipóteses e suposições e esperanças e medos e voos cor-de-rosa mais ou menos longos, que sempre aterram nas mesmas realidades desagradáveis.

Penso
"É mesmo uma pena."
E olho-te.
Apenas.
12.Maio.2009


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