Aproximando-se ao de leve, procurando não chamar a atenção, revê em cada página em branco a negrura do seu caminho. Realça e recalca cada momento vivido, cada momento por viver.
E escreve.
Escreve por amor.
A si.
Contando histórias incandescentes de vidas presentes, mostra-se demasiado acima da vulgaridade que prega, de tais emoções.
Com a verdade criada, maneja o pensamento com destreza, não vá algum erro ser cometido. E embora saiba que nada lhe escaparia, prefere a desconfiança maldosa ao apelo eminente de cada dúvida.
É, por isso, brilhante no seu trabalho. Nada mais poderia desejar.
Sim, mente, mas no fim, que importância é dada à verdade? À verdadeira verdade?
Não. Esse não é o melhor método. Obtém muito mais impacto contando uma mentira que quando descoberta leve à abstracção e à irreparável reflexão.
A partir daqui já nada há a fazer.
É egoísta, sim.
Mas sabe que não o esconde, e qual o resultado das suas acções.
Sabe que podem revelar-se surpreendentes. Surpreendentemente assustadoras, mas sempre revelando uma verdade há muito escondida.
Uma verdade que só a Mentira poderia despertar e arrancar da mais profunda camada do ser.
É assim a sua vida.
Sempre foi e, quem sabe, sempre será.
Não importa.
Cumpre a sua função como mais ninguém poderia.
E sorri.
Desenho: "A Aranha Sorridente" de O. Redon (1881)
Embora me parecendo que cada um tem suas verdades, gostei da forma como fala desta criação da verdade. Continue. Voltarei mais vezes.
ResponderEliminarNatacha Zweli